“Verwurzelt”

“Enraízado”

Ano de produção: 2018

Técnica: acrílico

Dimensão: Conjunto de 3 telas, 80 x 110 x 4 cm, 80 x 120 x 4 cm, 80 x 130 x 4 cm

O título “verwurzelt” (em alemão) significa “enraizado”. A sequência das três telas acentua o fluxo  das raízes envolventes, unindo e libertando os elementos e promovendo um magnético espetáculo de conexão e desconexão entre o amador e o especialista, entre a ilusão e a realidade. O equilíbrio da estabilidade de mãos dadas com a  instabilidade.

A estrutura construtiva das telas é como se o todo fosse uma grande pessoa de cima a baixo com pontos de aberturas e fechamentos, representados por chackras, sob a supervisão de bolhas planetárias e canais de maturidade. O circuito com seus círculos e suas linhas simboliza a árvore da vida, baseado na escola de pensamento da Kaballah reforçando o crescimento por meio da autotransformação mental, espiritual e moral. O percurso das conexões retrata uma viagem interna e externa de uma mudança pessoal com uma peça teatral com vários atos, representando o amadurecimento dos encontros e dos desencontros. A evolução da humanidade compreendendo seu papel no mundo e valorizando o aprendizado das experiências vividas.

O propósito da obra é fazer com que o telespectador sinta-se em seu próprio filme, em sua própria história. Analisar-se de forma intensa (anamnese, diagnóstico e terapia). A totalidade das imagens representa um caos aventureiro dentro de uma mente aberta.

A obra compõe dois protagonistas principais, ambos podem ser vistos de frente ou na lateral, um em cada oposto das telas, sendo um rosto feminino e o outro masculino. Uma união livre complementadora que valoriza a individualidade e a contingência. O masculino de frente para um telão e o feminino com os cabelos ao vento, ambos  destinados a encontrarem-se no meio, onde se unem numa forma alada, metamorfoseando-se à procura de uma sincronização: nascidos para voar (ir além) e se regenerar (recomeçar de novo). A inseminação e a colheita são representados por frutos pendurados. E o aconchego sentimental se apresenta por meio do envolvimento de seres imaginários de tamanhos diferentes.

O trio da obra também representa uma densa nave espacial atraindo-nos para um espaço sideral multicolorido com feixes de luzes e tramas, e ao mesmo tempo expulsando para fora como se ainda não fossemos adeptos.

Olhudos

“SS Super Special + WW Wonder World”

Ano de produção: 2018

Técnica: acrílico

Dimensão: conjunto de 2 telas, 40 x 130 x 4 cm cada

OLHUDOS de Diane Dumas (@dianedumas11)
Conjunto de 2 telas , 40 x 130 x 4 cm ou 130 x 40 x 4 cm cada (vertical ou horizontal), Acrílica 3D

O fato de a obra poder ser observada na horizontal ou na vertical, como é característico do trabalho da artista, aponta para algumas conotações do seu trabalho. Uma delas reside na pergunta sobre quem são, de fato, os “olhudos”. Tanto podem ser as figuras que estão na tela como nós que dialogamos com eles. Existe uma perspectiva lúdica de nos lançarmos sobre as imagens propostas, mas há também uma outra, existencial, a questionar o nosso papel perante as obras de arte, pois existem demandas externas e internas na direção de que possamos participar cada vez mais como integrantes do processo e não apenas como meros espectadores. Além de intérpretes, é factível ser cocriador no sentido de lançar olhares renovados. Portanto, ser “olhudo” dentro ou fora da tela é cada vez mais necessário.

Oscar D’Ambrosio

Atomique

“Atômica”

Ano de produção: 2018

Técnica: acrílico

Dimensão: Conjunto de 2 telas: 80 x 90 x 4 cm cada


ATOMIQUE, de Diane Dumas (@dianedumas11)

Pintado com tintas acrílicas, 3D, metálica e glitter, este conjunto de duas telas (80 x 90 x 4 cm ou 90 x 80 x 4 cm cada) pode ser observado de forma vertical ou horizontal. Todo o trabalho oscila nessas ambiguidades. Existe, portanto, uma ampla proposição que ultrapassa dualidades. O próprio título permite tanto pensar nas bombas lançadas na Segunda Guerra Mundial como nos benefícios das tecnologias propiciadas pela pesquisa com os átomos. Além de contrapontos como pensar a obra como um questionamento do uso de linhas ou manchas, está a possibilidade de construção de mundos paralelos que a arte permite. É nessa esfera que as obras de Diane Dumas caminham. O encantamento visual que provocam e o valor intrínseco que têm residem nas transformações que geram em quem as contempla atentamente. Um objeto se torna artístico, nessa linha de raciocínio, quanto menos trivial é, articulando proposições estéticas que desestabilizam pela sua capacidade questionadora de impactar o público.

Oscar D’Ambrosio

00:00:00 Geburt (Nascimento)

Ano de produção: 2018

Técnica: acrílico

Dimensão: 70 x 130 x 4 cm

Pintado com tinta acrílica e 3D relevo, este painel (70 x 130 x 4 cm), em um primeiro momento, evoca o caos primordial, comum à maioria das religiões quando se pensa na criação do mundo. Ele pode ser usufruído visualmente de qualquer direção, mantendo o conceito essencial de que algo parece estar surgindo dessa situação. Nesse contexto, o título “00:00:00” alude ao começo de tudo, o marco inicial da explosão da qual existimos. Mais importante do que buscar encontrar na obra elementos concretos, como cabeças de seres deste ou de outro planeta, está a devoção à vida. A obra, com suas curvas orgânicas e tonalidade quentes, é uma declaração de amor à existência, àquilo que nos torna humanos no sentido de podermos perceber o que está ao redor e transformá-lo. Fazemos isso no cotidiano muitas vezes de maneira inconsciente, pois olhar o que nos rodeia criticamente já é uma maneira de tornar o caos um cosmos.

Oscar D’Ambrosio

Me voilà, te voilà, nous voilà

“Aqui estou eu, aqui está você, aqui estamos nós”

Ano de produção: 2018

Técnica: acrílico

Dimensão: 70 x 150 x 4 cm

Me voilá, te voilá, nous voilá (“Aqui estou eu, aqui está você, aqui estamos nós”), de Diane Dumas (@dianedumas11)

Pintada com tinta acrílica 3D, a obra (70 x 150 x 4 cm) que acompanha este post é um exemplo do pensamento artístico de uma criadora visual que acredita que as suas obras, ao serem vistas em uma posição, ou na inversa, multiplicam as potencialidades de interpretação do observador, que progressivamente deixa uma postura passiva para se apoderar da imagem, dialogando com ela das maneiras mais variadas possíveis. O título aponta nessa mesma direção, ou seja, ressalta como o diálogo é uma das principais manifestações do ser humano. Cada um pode ver no trabalho o que for capaz de encontrar, de acordo com as suas experiências e referências – e isso leva a visualizar figuras humanas, seres voadores ou imagens que evocam outras dimensões.

Oscar D’Ambrosio

É igual mas é diferente, é diferente mas é igual: Vespas

Ano de produção: 2018

Técnica: acrílico

Dimensão: 80 x 120 x 4 cm cada, conjunto de 2 telas

É igual, mas é diferente; é diferente, mas é igual: Vespas, de Diane Dumas (@dianedumas11)

Pintado com tinta acrílica, este conjunto de duas telas (80 x 120 x 4 cm) apresenta uma composição visual harmônica em que o ponto de partida está nos dois significados de uma mesma palavra: “vespa”. Tanto ela se refere ao inseto quando ao veículo de transporte. Ambas se movimentam, porém, seus ambientes estão trocados nas telas. A representação do ser vivo surge com um labirinto ao fundo, como se estivesse desafiado a percorrer estradas, enquanto a máquina tem como companhia a tradicional colmeia hexagonal do inseto social, na qual agita as asas. As duas vespas alimentam, respectivamente, nosso imaginário: podem ser vistas pelo fascínio da vida em comunidade dos pequenos animais ou pela capacidade do veículo percorrer ruas urbanas; ou, respectivamente, pela força da picada do ferrão ou pelos acidentes que podem causar ferindo, no trânsito, motorista, garupa ou pedestres. Tudo é ambíguo – e disso a arte se alimenta continuamente.

Oscar D’Ambrosio

Game on: les jeux sont faits…rien ne va plus

Ano de produção: 2017

Técnica: acrílico

Dimensão: conjunto de 3 telas: a tela do meio de 80 x 130 x 4 cm e as duas laterais de 70 x 130 x 4 cm

GAME ON: LES JEUX SONT FAITS, RIEN NE VA PLUS, de Diane Dumas (@dianedumas11)

Pintado com tinta acrílica e tinta 3 D, conjunto de três telas (a do meio de 80 x 130 x 4 cm; e as laterais de 70 x 130 x 4 cm) estabelece um imaginário jogo da vida, o campeonato “Game on”. A expressão “Les jeux sont faits et rien ne va plus” é utilizada tradicionalmente nos cassinos, indicando que a bolinha está correndo pela roleta e que não se pode mais apostar. A imagem evoca uma ampulheta, rodeada por sugestões de encontros e desencontros. Zonas mais claras e escuras apontam para uma narrativa e que há, por exemplo, monstrinhos e come-comes (alusão aos jogos de videogame conhecidos como Pac-Man), cujos sentidos podem ser de proteção ou de perigo. Cada um caminha por esse universo lúdico como achar melhor. O mesmo acontece na vida, onde a sorte está lançada em cada decisão que se toma.

Oscar D’Ambrosio

Tatoo: la peau sans passeport

“Tatuagem: a pele sem passaporte”

Ano de produção: 2017

Técnica: acrílico

Dimensão: 70 x 150 x 4 cm

“Tatoo: La peau sans passeport” (“Tatuagem: a pele sem passaporte”), de Diane Dumas (@dianedumas11)

Realizada com tinta acrílico e 3D relevo sobre painel (70 x 150 x 4 cm), a obra traz um fundo que mescla amarelo, preto e branco, constituindo uma simbólica pele a partir das cores associadas a essas três raças. Elas estão mescladas, mas cada uma mantém a sua identidade. Surge assim uma nova pele que todos teriam, mas mantendo diferenciações individuais. Nessa pele mundial, estão, como no célebre teste de Rorschach, em que imagens são sugeridas pela maneira como são apresentadas, há três crianças de um lado e igual número de adultos do outro, sendo dois de cada cor. Pelo efeito de dobra, surgem diálogos simétricos entre a infância e a idade madura. O conjunto da imagem evoca, como um livro com múltiplas narrativas, as possibilidades de realizar conexões entre aquilo que se foi e o que se pode ser, mas mantendo a mesma pele universal, que dispensa passaportes de nacionalidade.

Oscar D’Ambrosio

Exposição na AASP São Paulo

“Meus Eus interiores” + “Meus Eus exteriores”

Ano de produção: 2017

Técnica: acrílico

Dimensão: 80 x 110 x 4 cm cada

“Meus Eus interiores e exteriores”, de Diane Dumas (@dianedumas11)

Pintado com tinta acrílica e 3D, este conjunto de duas telas, cada uma com 80 x 110 x 4 cm que acompanha este post, propõe um diálogo entre duas instâncias: a que está dentro e a que está fora do indivíduo. Se a primeira apresenta formas mais próximas do círculo, mais orgânicas e que remetem às ciências biológicas, inclusive em escalas micro celulares; a segunda sugere a presença mais evidente de uma desordem, com maiores áreas em preto em uma espécie de cartografia vista de uma câmara elevada. O que está dentro e o que está fora não são excludentes. Lidam um com o outro como polos de um imã. A grande maioria das nossas decisões, nesse contexto, é resultado dessas conversas entre aquilo que somos, o que achamos que somos, o que queremos ser e o que os outros acham que somos, todas instâncias marcadas pelos elos internos e externos que cada um manifesta.

Oscar D’Ambrosio

Músique “sous-sûr” les os: au souffle de la mort qui prend vie

“Música ‘dentro e fora’ dos ossos: o respiro da morte que se transforma em vida”

Ano de produção: 2017

Técnica: acrílico

Dimensão: 80 x 130 x 4 cm

Músique “sous-sûr” les os: au souffle de la mort qui prend vie (Música ‘dentro e fora’ dos ossos: o respiro da morte que se transforma em vida), de Diane Dumas (@dianedumas11)
Pintada com tinta acrílica neon 3D, a obra (80 x 130 x 4 cm) que acompanha este post tematiza a morte de uma maneira diferenciada. Escapa, em boa parte pela maneira como usa a cor, das visões trágicas românticas e permite entrar em algo mais próximo das célebres tradições mexicanas. Existe alegria na dança da morte, vista como transformadora. Afinal, os esqueletos se igualam. As diferenças sociais desparecem perante a nossa estrutura sem peles diferentes. Apenas os ossos estruturam os corpos que se movem perante a música que a nossa imaginária pode colocar na imagem. Talvez a decomposição dos corpos com o passar do tempo tenha, de fato, uma sinfonia diferente para cada um. Os passos dos esqueletos e o movimento das mandíbulas das caveiras também emitem ruídos a serem descobertos pelas percepções de quem contempla a tela. Ver desnudada a estrutura essencial de um ser humano, nesse aspecto, é um ato de humildade. Conhecer aquilo que sustenta a nossa carne nos torna mais cientes de nossas limitações perante a valsa do universo.

Oscar D’Ambrosio

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