Pedal de tempo

Papel A3 (2012)

O tempo tem múltiplas facetas. É muito mais do que mostra um relógio, como a célebre tela de Salvador Dalí alertava já em 1931. Trata-se de uma relação com o mundo. Pode ser entendida como um processo horizontal, com começo, meio e fim, como ocorre na Bíblia, desde o Gênesis até o Apocalipse. Também existe uma concepção cíclica, chamada de eterno retorno, segundo a qual o universo e toda a existência e a energia ocorrem um número infinito de vezes no tempo e espaço em padrões cíclicos, o que leva a conceber o tempo como uma roda. Há ainda um entendimento que crê em universos paralelos ou realidades alternativas, que coexistem com a que conhecemos, em escalas que variam de uma pequena região geográfica até um novo e completo universo ou mesmo vários universos simultâneos, formando um ou vários multiversos. Os relógios, círculos e sinais de infinito (o célebre “oito” deitado) de Diane Dumas apontam justamente para esses “pedais” que mobilizam o tempo. Uma importante discussão é se somos condutores ou passageiros (ou ambos) dessa dinâmica.

Oscar D’Ambrosio

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