Chamas do bem

Obra realizada com tinta acrílica, 3D e metálica, o conjunto de três telas 70 x 100 x 4 cm cada (observadas de forma vertical ou horizontal) que acompanha este post, apresenta formatos simbolicamente muito importantes, como o círculo e a espiral, que remete a embriões, além de curvas que apontam para serpentes, elementos que apontam para uma densa reflexão sobre o sentido da vida, com uma valorização de elementos orgânicos que indiciam o dinamismo da natureza, seus ciclos e variações, seja nas cores ou nas formas. O trabalho apresenta assim uma concepção de mundo em que existe uma integração entre os elementos constituintes de modo que cada um deles amplia sentidos quando se relaciona com o todo, instaurando universos de interações visuais.

Oscar D’Ambrosio

Obra composta por 3 telas unidas por uma chama com energia vital nas cores metálicas cobre, bronze, prata e ouro.

Processo Criativo

Parte 1
Parte 2
Parte 3

Anfitriões

Pintado com tinta acrílica 3D, este conjunto de duas telas (70 x 130 x 4 cm cada) constitui, de certo modo, uma síntese do pensamento visual da artista. Uma porta de entrada está no título. O “anfitrião” é aquele que recebe um convidado. Pode ter, no mínimo, no mundo da arte, dois aspectos: o criador visual exerce esse papel quando faz o seu trabalho e o oferta ao público, convidando-o a participar dessa manifestação plástica. Mas também existe o inverso: quando o observador abre sua mente e seus sentidos, se dispondo a ter a percepção acesa para receber aquilo que um artista cria. As obras de Diane Dumas têm essas características. Funcionam melhor quando surge a possibilidade de diálogo, em que as formas e cores que ela articula permitem as leituras mais diversas e enriquecedoras, desde que se esteja disposto a recebe-las com olhos e pensamentos livres.

Oscar D’Ambrosio

Guaraná, eu te vejo

Ano de produção: 2020

Técnica: acrílico

Dimensão: Conjunto de 2 telas, 80 x 90 x 4 cm

Exposição na AASP, Sáo Paulo

Essa obra composta de 2 telas destaca a fascinação pelo tropicalismo vivo .

Diane Dumas (@dianedumas11)
Guaraná, eu te vejo
Conjunto de 2 telas, 80 x 90 x 4 cm (pode ser admirado em todos os ângulos)
Acrílica e 3D

As duas telas que compõem esta obra remetem a uma poética do ver. Temos o dos pássaros, como tucanos, araras e papagaios e o dos frutos do guaraná, que se assemelham aos olhos humanos. Há inclusive uma lenda do norte do Brasil que explica essa semelhança. Tudo começa com um casal de índios que não tinha filhos e pediu ajuda ao deus Tupã. Eles geraram então um menino bonito e saudável amado por toda a tribo. Com inveja, Jurupari, deus da escuridão, resolveu matar a criança. Transformou-se em serpente para picá-lo. Tupã enviou trovões de alerta aos pais, mas não houve tempo. Pediu então que eles plantassem os olhos do filho. Nasceu assim uma planta, o guaraná, plena da energia da juventude e com frutinhas que lembram os olhos dele. Analogamente, nas obras de Diane Dumas, está o vigor da natureza, na fauna e na flora. São olhos a nos estimular a viver uma existência melhor, mais atenta ao que está à nossa volta.

Oscar D’Ambrosio

Tell me your wishes (Genies)

Ano de produção: 2020

Técnica: acrílico 3D

Dimensão: 80 x 110 x 4 cm

Tell me your wishes (“Diga-me seus desejos”), de Diane Dumas (@dianedumas11)

Este painel (110 x 80 x 4 cm), realizado com tinta acrílica 3D, toma como mote o célebre gênio da lâmpada com sua capacidade de atender três desejos a quem a possuísse. A imagem traz a possibilidade de mergulhar em um mundo fantástico. Ao se observar a criação visual, pode-se buscar e encontrar as mais variadas figuras. Cabe a cada um mergulhar nas próprias referências e sugestões propiciadas pela obra para imaginar o que quiser e puder. Quanto menos direcionamento e mais liberdade se tem ao se relacionar com a arte, maior é a capacidade de vislumbrar mundos de modo a enunciar os próprios desejos e realizá-los. Os enigmas de uma produção visual são similares aos de receber uma lâmpada com um poderoso gênio dentro. Não basta possuir a capacidade de ter desejos atendidos. É preciso decidir o que fazer com o instrumento mágico para potencializar aquilo que se tem de melhor dentro de si.

Oscar D’Ambrosio

Les ailes souvent ont des hiboux

“As asas normalmente tem corujas”

Ano de produção: 2019

Técnica: acrílico, tinta 3D que brilha no escuro

Dimensão: conjunto de 2 telas, 70 x 120 x 4 cm cada

LES AILES SOUVENT ONT DES HIBOUX (“As asas normalmente têm corujas”), de Diane Dumas (@dianedumas11)

Pintado com tinta acrílico, neon, 3D, fluorescente (que brilha no escuro), o conjunto de 2 telas (70 x 120 x 4 cm) que acompanha este post trata da complexa simbologia das corujas, ampliada quando se observa a figura que se forma ao centro das duas obras. A ave tem como um de seus fascínios o olhar e, acima de tudo, os seus elos com o mistério da escuridão. Afinal, a coruja está vinculada, em diversas culturas ao conhecimento pela sua capacidade de enxergar à noite e de pode girar a cabeça de maneira ampla. A tinta usada pela artista permite que, no escuro, se tenha uma outra visão das imagens representadas, destacando o animal, seja na figura central ou nas duas laterais. As imagens da coruja de Diane Dumas, pela capacidade do animal de voar e de enxergar na mais escura das noites, mesmo sem a presença de qualquer fase visível da lua, pois conta com córneas, pupilas e cristalino alongados, que permitem maior entrada de luz para uma maior retina, convidam cada observador a perscrutar também o escuro da própria alma.

Oscar D’Ambrosio

Retrato, retrato meu: mostre sua cara!

Ano de produção: 2019

Técnica: acrílico

Dimensão: 80 x 130 x 4 cm

Retrato, retrato meu: mostre sua cara!, de Diane Dumas (@dianedumas11)

Esta obra, pintada com tinta acrílica 3D sobre painel (80 x 130 x 4 cm), reúne imagens que podem evocar rostos. Parece haver dezenas deles a dialogar conosco em uma multiplicidade de possibilidades interpretativas. Surgem representações de seres imaginários, mascarados, transtornados e transformados, poéticas visualizações de um cotidiano existencial em que é necessário adotar várias facetas para sobreviver. Existe, assim, um caminhar visual por encontros e desencontros que cada um tem com o próprio eu. O que vemos é o que achamos que somos ou que gostaríamos de ser. O mais significativo é que a multiplicidade dessa convivência gera fascínio, pois o que se encontra no trabalho de Diane Dumas tanto pode estar dentro como fora de nós.

Oscar D’Ambrosio

Les trois têtês

( 1 + 1 + 1 = 3)

Ano de produção: 2017

Técnica: acrílico

Dimensão: 60 x 130x 4 cm

“Les trois têtes” (“As três cabeças”), de Diane Dumas (@dianedumas11)

Pintada com tinta acrílica e 3D sobre painel (60 x 130 x 4 cm), a obra traz um amplo jogo de formas. Cada uma das partes do trabalho gera evocações variadas. A superior lida com tonalidades mais quentes, que dialogam com o amarelo, que domina a área central, enquanto, no terço inferior, há o azul sobre verde que estabelece outras relações. Conjuntos mais orgânicos, mais ordenados e que remetem a uma urbanidade caótica ou a uma realidade cibernética são facetas de uma mesma humanidade presente que busca, das mais variadas maneiras, construir um futuro. Onde ele estaria? Em uma das dimensões propostas, em duas delas? Nas três? Ou em nenhuma? Nenhuma resposta surge simples nesse universo de necessárias questões.

Oscar D’Ambrosio

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